segunda-feira, 28 de maio de 2012

Cultura Cigana


  •  O NASCIMENTO
O nascimento de uma criança é muito importante para a tribo, pois quanto mais crianças, mais poderosa a tribo se torna, já que os filhos servirão de defesa dos pais e amparo às mulheres. Quanto mais filhos a mulher cigana tiver, mais dotada de sorte ela é considerada pelo seu povo. A pior praga para uma cigana é desejar que ela não tenha filhos e a maior ofensa é chamá-la de Dy Chucô (ventre seco.
Logo que uma criança nasce, uma pessoa mais velha, ou da família, prepara um pão feito em casa, semelhante a uma hóstia e um vinho para oferecer às três fadas do destino, que visitarão a criança no terceiro dia, para designar sua sorte. O cigano a princípio tem três nomes: o nome secreto só de conhecimento da mãe; o nome de batismo que só é do conhecimento da tribo; e o nome de batismo católico que é conhecido dos gadjes (não ciganos)Vários ditados ciganos em Romanês fazem alusão à benção de gerar filhos:
"E juli que naila chavê thi sporil e vitza" (A mulher que não tem filho passa pela vida e não vive);
"Mai falil ek chau ano dy, dikê ek gunô perdo galbentça" (Mais vale um filho no ventre do que um baú cheio de moedas de ouro);
"Nai lovê anê lumia thie potinás ek chau" (Não existe dinheiro no mundo que pague um filho).
 Dentro da comunidade cigana, o casal em que um dos dois seja impossibilitado de ter filhos, embora amando-se, a comunidade faz com que se separem, porque o amor que se têm pela perpetuação da raça supera ou abafa qualquer outro sentimento.Os laços tribais são tão fortes que eles se tratam por parentes, primos e tios. Um cigano mentir a outro cigano é falta bastante.


  • · Casamento Cigano
No casamento tende-se a escolher o cônjuge dentro do próprio grupo ou subgrupo, com notáveis vantagens econômicas. 
Desde pequenas, as meninas ciganas costumam ser prometidas em casamento. Os acertos normalmente são feitos pelos pais dos noivos, que decidem unir suas famílias. O casamento é uma das tradições mais preservadas entre os ciganos, representa a continuidade da raça, por isso o casamento com os não ciganos não é permitido em hipótese alguma. Quando isso acontece a pessoa é excluída do grupo (embora um cigano possa casar-se com uma gadjí, isto é, uma mulher não cigana, a qual deverá porém submeter-se às regras e às tradições ciganas).
A noiva deve comprovar a virgindade através da mancha de sangue do lençol que é mostrada a todos no dia seguinte. Caso a noiva não seja virgem, ela pode ser devolvida para os pais e esses terão que pagar uma indenização para os pais do noivo. No caso da noiva ser virgem, na manhã seguinte do casamento ela se veste com uma roupa tradicional colorida e um lenço na cabeça, simbolizando que é uma mulher casada.
 Em alguns clãs o punhal é usado na cerimônia cigana de noivado e casamento, onde é feito um corte nos pulsos dos noivos, em seguida o pulsos são amarrados em um lenço vermelho.
 O momento seguinte do casamento ocorre no acampamento onde um conjunto garante a animação musical da festa. Desde o início, danças em círculo e uma bandeira vermelha com o nome dos noivos. Os convidados vão chegando aos poucos, juntando-se às danças, enquanto duas grandes mesas, são arrumadas. No banquete, homens e mulheres ficarão separados, em lados opostos.
 A festa vai chegando ao fim quando a noiva a deixa, juntamente com a família do noivo, à qual passa a pertencer. Entre a festa do primeiro dia e a que ocorrerá no dia seguinte, há a noite de núpcias do casal,o banquete continua - agora para um número menor de pessoas.
A continuação da festa de casamento, depois do primeiro dia, será toda voltada para a noiva, que é agora, uma mulher casada. Sempre acompanhada do marido, ela deixa o semblante triste que a acompanhou até este momento.



  • · Família Cigana
 A família, para o povo cigano, é o seu maior patrimônio, é algo sagrado.
 Além da família extensa, há entre os Rom um conjunto de várias famílias (não necessariamente unidas entre si por laços de parentesco) mas todas pertencentes ao mesmo grupo e ao mesmo subgrupo.
 Aos filhos é dada uma grande liberdade, mesmo porque logo deverão contribuir com o cuidado dos menores e com o sustento da família, as mulheres através da prática de esmolar e da leitura de mãos e os homens, atingida uma certa idade, são freqüentemente iniciados em outras atividades como acompanhar o pai às feiras para ajudá-lo na venda de produtos artesanais. Se uma criança ou jovem cigano sai dos eixos, tem um comportamento inadequado ou procede mal, geralmente a mulher é responsabilizada por tais feitos.
 Cabe às mulheres cuidarem das tarefas do lar e as meninas ficam sempre ao redor da mãe, auxiliando nos trabalhos da casa, ajudando a cuidar dos irmãos menores e aprendendo as tradições e costumes como a execução da dança, a leitura das cartas e das mãos, a realização dos rituais e cerimônias, os preceitos religiosos. As mulheres ciganas não trabalham fora do lar e quando vão às ruas para ler a sorte, esta tarefa é entendida como um cumprimento de tradições e não como parte do sustento da família, apesar de elas entregarem aos maridos todo o dinheiro conseguido.


Os pares ciganos, marido e mulher, são muito reservados e discretos em público, não trocando nenhum tipo de carinho que possa ser entendido como intimidade, que é vivida somente em absoluta privacidade.
Talvez em todo o clã cigano, sejam os idosos os merecedores da mais alta estima e respeito. Eles são vistos e tratados como os detentores da sabedoria, da experiência de vida acumulada e seus conselhos são ouvidos pelos jovens e pelos adultos como sendo a voz do conhecimento aprendido na prática da vida do dia-a-dia.
Eles são cuidados com desvelo e tratados com toda a dignidade pelos demais. Esta forma de tratamento faz com que se mantenham lúcidos até o final de suas vidas.



· SIMPATIAS- COSTUMES E SAÚDE

PARA DOR-DE-CABEÇA
 A Cromoterapia é um dos ramos das medicinas alternativas cultivadas pelos ciganos tradicionais. No Oriente, principalmente, esse tipo de tratamento, cujo componente básico é a luz, tem sido usado há milênios, sem contra-indicações ou efeitos colaterais, desde que se obedeçam às instruções, simples de modo geral.
 Para a dor-de-cabeça, por exemplo, o tratamento é muito simples. Basta amarrar um lenço vermelho no alto da cabeça, cobrindo a testa, as laterais acima das orelhas e até a nuca. Ficar de costas para uma janela aberta por quinze minutos, depois se deitar num aposento escuro.

PARA DOR DE OUVIDO
 Pegue fiapos de lã vermelha, umedeça em óleo morno, esprema, depois aplique no ouvido da criança, deixando por sete minutos, próximo da luz.
 Esse óleo, para ser usado com melhores resultados, pode ser posto num copo ou um pires branco, coberto com um lenço ou um papel vermelho e deixado ao sol para aquecer.

PARA DOR DE GARGANTA
 Muitas podem ser as causas de uma infeção na garganta, pois as amígdalas formam a primeira concentração das defesas do nosso organismo. Quando infeccionam, é sinal que estão nos defendendo de alguma agressão.
 Além dos remédios prescritos pelo seu médico, amarre um lenço vermelho em sua garganta, tomando banhos de luz ou de sol de quinze minutos pela manhã, mais quinze minutos à tarde.
 Deixe ao sol, por três horas, um litro de água, numa embalagem transparente, envolta com papel vermelho. Use-a depois, com suco de limão, para fazer gargarejos de hora em hora.

PARA REVIGORAR
 O uso das cores no tratamento das mais diversas doenças sempre foi tradicional e quase instintivo entre os ciganos. Suas roupas coloridas, parte de suas tradições e de sua cultura, nada mais são que a manifestação de sua confiança nesse tipo de tratamento.



Os ciganos não usam as roupas coloridas porque gostam apenas, mas porque as cores usadas têm uma função terapêutica.
 Para quem se sente cansado, sem energia e cominado pela preguiça, nada como usar, por uma tarde inteira, uma camisa ou uma blusa vermelha. As radiações dessa cor seguramente agirão sobre seu corpo, revigorando-o.
Para tratar isso, não é preciso exorcismo nem freqüentar uma dessas igrejas messiânicas e milagrosas. Basta usar, durante sete manhãs seguidas, uma camisa ou uma blusa cor-de-laranja.

PARA A MEMÓRIA
 O uso de lenços coloridos na cabeça se tornou um modismo no mundo inteiro, principalmente entre os jovens, e foi copiado dos ciganos. Muitos os usam indiscriminadamente, sem atentar para os resultados que a radiação e a vibração de uma cor pode provocar nele.
 Cada cor tem suas indicações e isso não pode ser feito dessa forma. Para a memória, por exemplo, o indicado é o uso de um lenço azul, preso no alto da cabeça, diariamente.
 Pode-se colocar também o xampu usado para lavar a cabeça numa embalagem transparente, envolver com papel azul e deixar próximo à janela, para pegar luminosidade. Os resultados são mais lentos, mas constantes,um modismo. Tudo isso por causa dos hábitos de ciganos porto-riquenhos e jamaicanos, que o faziam com fins curativos, sendo mal interpretado e mal usado pelos jovens.

PARA A DEPRESSÃO
 Melhor seria se as pessoas, antes mesmo dos primeiros sintomas ou manifestações dessa doença, tivessem, em seu guarda-roupa, pelo menos uma peça de cor alaranjada, usando-a pelo menos uma vez por semana.
 Ou então, uma vez por semestre ou mesmo por ano, amarrar no pulso direito, com três voltas sem apertar, uma fita alaranjada larga.

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