A percepção de saúde e doença de cada indivíduo está relacionada com a sua percepção de vida, que por sua vez se dá em contextos contraditórios, marcados por diferenças culturais, sociais, econômicas e individuais. Isto permite coexistirem concepções distintas em distintos momentos, em diferentes sociedades.
Uma grande parte da cultura chinesa é baseada na noção de que o mundo espiritual existe. Vários métodos divinos têm ajudado a responder perguntas e até servido como alternativa à medicina. Folclores e mitologia têm ajudado a preencher o espaço para coisas que não podem ser explicadas. Na cultura chinesa freqüentemente há uma linha tênue entre mitos, religião e fenômenos não explicados. Muitas da histórias mitológicas e religiosas desenvolveram em feriados tradicionais chineses. Junto com a crença no sagrado, há também no mal. Práticas como o exorcismo taoísta (os demônios devem ser aplacados com presentes, a fim de assegurar a passagem do homem na terra) é um dos conceitos passados por gerações. Alguns rituais de previsão de sorte ainda são usados hoje em dia, como o hábito dos biscoitos da sorte chineses, depois de centenas de anos de refinamento.
biscoito da sorte – revela mensagens de felicitação
Para os chineses, a doença era causada pelo desequilíbrio entre os elementos do organismo humano, ocasionado pelas influências do ambiente físico - astros, clima, insetos etc. Para a medicina chinesa, as causas externas provocavam o desequilíbrio entre os princípios yin e yang, o que levaria a um desequilíbrio dos elementos, com o conseqüente aparecimento da doença. O restabelecimento da saúde se daria através do reequilíbrio da energia interna a partir de terapêuticas como a acupuntura. Este conceito perde o caráter mágico e religioso predominante na idéia anterior e naturaliza a causação, onde o homem atua ativamente no processo de doença e cura.
O poder do corpo humano de se autocurar era uma convicção fundamental na China Antiga há 5.000 anos. Os médicos chineses acreditavam que a saúde não era só a ausência de doenças, mas sim o equilíbrio harmônico de todos os órgãos internos, glândulas e Sistemas Orgânicos. Eles acreditavam que a saúde poderia ser alcançada e mantida em parte por meio de ervas medicinais. Este sistema de atenção ao paciente evoluiu e tem sido aperfeiçoado através dos séculos no que denominamos atualmente de Medicina Tradicional Chinesa (M.T.C.)
“O princípio de Yin e do Yang
- os elementos masculino e feminino da Natureza -
é o princípio básico de todo o Universo. É o princípio de tudo
quanto existe na Criação. Efetua a transformação para a paternidade;
é a raiz e a fonte da vida e da morte,
e também encontra-se no tempo dos deuses.
A fim de tratar e curar as doenças, há que investigar-se a sua origem. O céu foi criado por uma acumulação de Yang, o elemento da luz; e a terra foi criada por uma acumulação de Yin, o elemento das trevas.”
Diferentemente da Medicina Ocidental atual, que tende a tratar os sintomas específicos, freqüentemente sem direcionar-se à causa principal, a Medicina Tradicional Chinesa procura concentrar-se em trazer os sistemas orgânicos internos de volta à harmonia, fortalecendo os mecanismos de defesa naturais do paciente e permitindo que o corpo cure a si próprio.
Ao mesmo tempo em que a Medicina Tradicional Chinesa comprova ser eficiente como um sistema primário de atenção à saúde, ela também complementa e aumenta a eficiência das terapias ocidentais.As fórmulas específicas usadas na Medicina Tradicional Chinesa têm séculos de dados clínicos como prova de seu sucesso. Estes produtos são extremamente eficientes, com poucos efeitos colaterais e realmente não são tóxicos.
A China e os padrões de beleza
Há anos, o ocidente copia inovações do oriente, principalmente quando se trata de estética.
Além detendências, como a obsessão por cabelos lisos e uso de delineador para efeito puxado nos olhos,a China nos importou muitos tratamentos de beleza. "O conceito de Ying e Yang é aplicado em vários tratamentos e terapias chinesas relacionadas a estética, saúde e bem-estar", continua a especialista.
Priorizando a beleza interna e externa, acupuntura, kung-fu, alimentação equilibrada e a constante preocupação de não se expor ao sol se tornaram febre entre as brasileiras. Sem dúvidas, as chinesas possuem um cuidado peculiar com a estética, a começar pela pele.
Desde a época da China Imperial, há mais de mil anos, as chinesas tomam um chá de erva natural que ajuda no combate ao envelhecimento. A sabedoria milenar dos chineses revela que para se ter uma beleza exterior é necessário que seu interior também esteja em harmonia com o corpo.
No passado, os pés das mulheres chinesas eram considerados estranhos em seu tamanho normal. A beleza e a virtude da mulher chinesa estava vinculada ao tamanho de seu pé, que tinha que se assemelhar ao tamanho de uma pequena “flor de lótus”.
Esse antigo costume, cruel e bizarro, começou durante a dinastia Sung (960-976 aC), com a intenção de imitar uma concubina imperial, que era obrigada a dançar com os pés enfaixados.
No momento em que uma menina completasse três anos, ataduras eram colocadas em seus pés. Dobravam-se então, os quatro dedos menores até a sola do pé, forçando o calcanhar a entrar, acabando por quebrar os ossos.O processo era torturante, porém se uma mulher não o fizesse, não consegueria se casar.
Muitos chineses achavam esses pés eróticos, considerados a parte mais íntima da anatomia das mulheres.Um pé enfaixado com sucesso, tinha de 7cm a 10cm. Com isso, as fábricas começaram a fabricar sapatos nessa medida.
A prática faria com que o pé dobrasse imitando uma flor de lótus. Essa tradição cessou no século 20, com o fim das dinastias imperiais e crescente influência da moda ocidental.
As ataduras dos pés de lótus, duraram do século 10 até 1949, quando foi proibida pela nova república chinesa.Os pés atados deixaram na China inúmeras idosas com deficiência nos pés e sérios problemas de saúde.
Nas fotos uma chinesa que teve seus pés atados desde pequena, usando o tradicional sapato chinês:
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